O Partido Liberal, sigla do presidente Jair Bolsonaro, acionou o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) para cassar o mandato do ex-juiz, ex-ministro e senador eleito, Sergio Moro (União-PR), por supostas irregularidades financeiras durante sua campanha eleitoral.
O diretório estadual do PL no Paraná foi responsável por mover o pedido, que está sob sigilo. A informação foi confirmada nesta 4ª feira (07/12) ao Poder360.
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Na ação, a legenda pede para que supostas irregularidades em gastos e doações antecipadas por parte da campanha de Sergio Moro sejam investigadas pela Justiça Eleitoral.
Caso acate o pedido, Paulo Martins (PL-PR) pode ocupar a vaga que hoje é de Moro na Casa Alta do Congresso Nacional.
Eleito em 2 de outubro, o ex-juiz teve 1.953.188 votos no Paraná, com 33,5% dos votos totais. O candidato do PL ao Senado, Paulo Martins, foi o 2º mais bem votado no Estado, com 1.697.962 votos (29,12%).
Em meio ao pedido do diretório estadual da sigla no Paraná para cassar o mandato do senador eleito, Moro deve se encontrar ainda nesta 4ª feira (7.dez) com Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.
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O Poder360 apurou que a cúpula do Partido Liberal monitora um pedido de filiação do ex-juiz à sigla.
Moro já demonstrava sinais de insatisfação com o União Brasil depois da eleição de Lula. A avaliação é de que a ida para a legenda conteria o movimento. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, porém, resistiria à ideia. Bolsonaro, nesse cenário, teria de interferir.
O ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro está em Brasília. Esteve na tarde desta 4ª no mesmo hotel em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, o Meliá Brasil 21.
Abordado por jornalistas, disse que não daria entrevistas. Procurado pelo Poder360, o ex-juiz também não quis comentar a situação. “Sem comentários”, disse
Em seu perfil no Twitter, ao comentar o pedido de cassação do PL do Paraná à Justiça Eleitoral, o ex-juiz disse que “nada teme” porque sabe da “lisura” de sua eleição. Afirmou que se impressiona “que há pessoas tão baixas”.
“O que não conseguem nas urnas, tentam no tapetão”, escreveu.
“Anote esses nomes. Maus perdedores que resolveram trabalhar para o PT e para os corruptos”, completou Moro.
O Poder360 procurou o presidente do PL no Paraná, o deputado federal Fernando Giacobo, que disse que “não se manifestará, pois o caso tramita em sigilo na Justiça”. Paulo Martins também se recusou a comentar o assunto.