De acordo com um e-mail de um denunciante do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), meses antes da desastrosa invasão da Ucrânia, Vladimir Putin planejava atacar outro país.
Datado de 17 de março, o e-mail foi enviado ao ativista de direitos humanos, exilado, Vladimir Osechkin (foto). O autor apelida-se “Winds of Change” (“Ventos de Mudança”) e tem escrito, regularmente, para Osechkin, desde o início da guerra.
Igor Sushko, diretor executivo do Wind of Change Research Group, traduz e analisa a correspondência do russo para o inglês. Além disso, ele compartilha as informações no jornal online semanal Newsweek.
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No e-mail para Osechkin, o denunciante do FSB afirmou que a Rússia estava “a preparar-se, seriamente, para um conflito militar localizado com o Japão”.
O denunciante também sugeriu que a Rússia tinha certeza de que iria à guerra, mas que não sabia por que a Ucrânia foi escolhida.
“A confiança de que os países entrariam no estágio de confronto agudo e até mesmo de guerra era alta”, escreveu o denunciante do FSB, em seu e-mail de 17 de março para Ovechkin.
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“Por que, finalmente, a Ucrânia foi escolhida para a guerra é uma questão para outros responderem”, continuou o denunciante.
Isabel Van Brugen, a jornalista da Newsweek que divulgou a história, escreveu sobre os detalhes específicos envolvidos com o ataque proposto pela Rússia ao Japão.
“O denunciante detalhou os movimentos de helicópteros de guerra eletrônica visando o Japão, enquanto a máquina de propaganda da Rússia também foi iniciada, com um grande esforço para rotular os japoneses de ‘nazistas’ e ‘fascistas’.”
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Embora o palavreado possa soar muito semelhante ao que a Rússia usou como justificativa para entrar em guerra com a Ucrânia, é difícil saber se Winds of Change é ou não um um integrante legítimo do FSB ou se seus e-mails fazem parte de um jogo de informações.
Christo Grozev, especialista do Serviço Federal de Segurança da Rússia, afirmou acreditar que os e-mails de Winds of Change são de um agente genuíno conectado ao FSB.
Grozev disse que mostrou a carta “a dois contatos reais (atuais ou anteriores) do FSB” e esses agentes acreditam que “sem dúvida”, foram escritos por um “colega”.
Por que atacar o Japão?
Mas que vantagem a Rússia ganharia se atacasse o Japão? A resposta pode estar relacionada com a disputa dos dois países pelas Ilhas Curilas.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o novo governo japonês nunca assinou, formalmente, um tratado de paz com a União Soviética. Em grande parte por causa da disputa por um conjunto de ilhas que, ainda hoje, estão sob ocupação russa.
No final das contas, no entanto, o denunciante escreveu que a liderança russa “meio que trocou o Japão pela Ucrânia”.