InícioAgronegócioMato-grossenses enfrentam atrasos no plantio

Mato-grossenses enfrentam atrasos no plantio

Foram realizadas 12 entrevistas com produtores e delegados, que compartilharam suas experiências.

Na terceira temporada da série Mato Grosso Clima e Mercado, a equipe da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) percorreu mais de 2 mil quilômetros nas regiões sul e leste do estado, visitando oito cidades e propriedades rurais na semana passada.

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Foram realizadas 12 entrevistas com produtores e delegados, que compartilharam suas experiências. A primeira cidade visitada foi Campo Verde, onde o produtor André Pezzini explicou que o atraso das chuvas em outubro fez com que alguns produtores deixassem talhões sem plantar, apoiando o cultivo para a próxima safra.

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“As operações tiveram que ser feitas de forma mais rápida, desde a aplicação de pré-emergentes, sobremesa e a própria semeadura. Tiveram que foi feito praticamente em tempo record”, contou ele.

Ele possui que, ao plantar a soja mais tarde, o milho safrinha também será plantado mais tarde, o que pode afetar a próxima safra. Por isso, é crucial garantir a safra atual corretamente, com atenção aos prazos.

Deniz Krampe, produtor e delegado de Alto Garças, explicou que a região sofreu atraso nas chuvas e uma estiagem severa, o que gerou preocupação entre os produtores. “Na verdade, aqui a gente teve praticamente seis meses de seca. Ela secou muito, até as pastagens”.

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Conforme o delegado e produtor de Itiquira, William Rietjens, alguns produtores tiveram uma semana de atraso no plantio, enquanto outros enfrentaram 15 a 20 dias de atraso devido à estiagem e chuvas localizadas.

“Os que tiveram 15 dias de atraso provavelmente terão mais problemas na condução da mão de obra. Pragas e o momento de fazer o milho vão atrasar demais”, detalhou.

Em Juscimeira, o produtor Lucas Pasqualotto contou que a falta de chuva esperada em setembro atrasou o plantio para outubro, o que pode depender da safrinha do milho. “O problema é ser o milho safrinha , que teve uma janela encurtada. Aqui na propriedade tivemos uma redução de 30% na produção de milho safrinha”, apontou Pasqualotto.

No município de Primavera do Leste, o produtor Caio Cesar Anton destacou que a preocupação é com a safrinha de milho, pois o atraso no plantio representa um risco devido à diminuição do período de chuvas.

“Com esse atraso, acaba se tornando um risco para a gente, pois nosso período de chuvas vai atrapalhando e as portas vão se fechando”, acrescentou Caio Cesar.

O delegado e produtor em Paranatinga, Jean Marcell Benetti, explica que o atraso nas chuvas prejudica o plantio da soja, afetando a janela para o milho. “Esse atraso vai dificultar ainda mais a safrinha de milho aqui. Muitos produtores já desistiram de plantar milho safrinha no ano passado, e eu sou um deles. Este ano, já estamos quase desistindo de novo e muitos estão buscando culturas alternativas, como o gergelim, que tem se destacado bem no Vale do Araguaia”, acrescentou Benetti.

Na Gaúcha do Norte, Valdomiro Schulz explicou que será necessário terminar o plantio da safrinha de milho até meio de fevereiro, o que encurtou a janela de plantio. Ele também destacou que a logística será um problema em 2025.

“Como o plantio começou mais tarde, as operações serão aceleradas para garantir a safrinha. A colheita vai acontecer no mesmo período e isso causará fila nos armazéns, porque temos apenas duas empresas que compram o nosso grão”, disse Schulz.

Em Nova Xavantina, o coordenador delegado e produtor da cidade, Bruno Tolotti, destacou que o atraso no plantio afetará a cultura da segunda safra, como já ocorre com outros produtores. “Alguns agricultores da região e no município precisaram replantar parte ou grande parte de suas áreas, e aí o prejuízo é grande, pois o custo da soja é muito elevado. Com o replantio, a situação se torna ainda mais complicada”, concluiu ele.

A série Mato Grosso Clima e Mercado continuará a percorrer o estado , a partir do dia 9 de dezembro até a terceira semana da terceira edição, percorrendo as regiões leste e oeste do estado, a fim de entender as realidades e dificuldades enfrentadas pelos produtores.

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